Na foto, o
Sr. Francisco de Lima Oliveira (in memoriam) atirando
com seu
fuzil Mauser M98 modelo 1908, em calibre 7x57 mm Mauser
colaboração:
Dr.Marcello Castro de Lima Oliveira
No
dia 9 de julho, o estado de São Paulo comemora o aniversário do Movimento
Constitucionalista de 1932. A data representa um marco importante na história
do estado e do Brasil. O movimento exigiu que o país tivesse uma Constituição e
fosse mais democrático.
Na
época, Getúlio Vargas ocupava a presidência da República devido a um golpe de
Estado, aplicado após sua derrota para o paulista Julio Prestes nas eleições
presidenciais de 1930. O período ficou conhecido como "A Era Vargas".
A Revolução Constitucionalista de 1932 representa o inconformismo de São Paulo
em relação à ditadura de Getúlio Vargas. Podemos dizer que o Brasil teve quase
uma guerra civil.
Uma
das principais causas do conflito foi a ruptura da política do café-com-leite -
alternância de poder entre as elites de Minas Gerais e São Paulo, que
caracterizou a República Velha (1889-1930). Alijada do poder, a classe
dominante de São Paulo passou a exigir do governo federal maior participação.
Como
resposta, Getúlio Vargas não apenas se negou a dividir poder com os paulistas
como ameaçou reduzir seu poder dentro do próprio estado de São Paulo, com a
nomeação de um interventor não paulista para governar o estado. Os paulistas
não aceitaram as arbitrariedades de Getúlio Vargas, o que levou ao conflito que
opôs São Paulo ao resto do país.
Martins,
Miragaia, Dráuzio e Camargo, o MMDC
Vários
jovens morreram na luta pela constituição. Entre eles, destacam-se quatro
estudantes que representam a participação da juventude no conflito: Martins,
Miragaia, Dráuzio e Camargo, o célebre MMDC. O movimento marcou a vida de
outros milhares de paulistanos e brasileiros.
Governistas
X constitucionalistas
No
dia 9 de julho, o Brasil assistiu ao início de seu maior conflito armado, e
também a maior mobilização popular de sua história. Homens e mulheres -
estudantes, políticos, industriais- participaram da revolta contra Getúlio e o
governo provisório de São Paulo.
O
desequilíbrio entre as forças governistas e constitucionalistas era grande. O
governo federal tinha o poder militar e os rebeldes contavam apenas com a
mobilização civil. As tropas paulistas lutaram praticamente sozinhas contra o
resto do país. As armas e alimentos eram fornecidos pelo próprio estado, que
mais tarde conseguiu o apoio do Mato Grosso.
Cerca
de 135 mil homens aderiram à luta, que durou três meses e deixou quase 900
soldados mortos no lado paulista - quase o dobro das perdas da Força
Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora
o movimento tenha nascido de reivindicações da elite paulista, ele teve ampla
participação popular. Um dos motivos foi a utilização dos meios de comunicação
de massa para mobilizar a população. Os jornais de São Paulo faziam campanha
pela revolução, assim como as emissoras de rádio, que artingiam audiência bem
maior.
Até
hoje, a história da Revolução de 32 é mal contada. Ou, pelo menos, é contada de
duas formas. Há a versão dos governistas (getulistas) e a dos revolucionários
(constitucionalistas). Durante muito tempo, a versão dos getulistas foi a mais
disseminada nos livros escolares do país, mas hoje, com uma maior participação
dos professores na escolha do material didático, a história também já é contada
sob a ótica dos rebeldes.
A
importância do movimento é incontestável. Seu principal resultado foi a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, dois anos mais tarde. Mesmo
assim, a Revolução de 32 continua como um dos fatos históricos do país menos
analisados, tanto no tocante às causas quanto em relação às suas conseqüências.
Os livros didáticos ainda trazem pouco sobre o tema.
fonte:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/revolucao-constitucionalista-em-1932-elite-paulista-reage-a-ditadura.jhtm