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ROGÉRIO PAGNAN e AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"
Documentos em poder da polícia e do Ministério Público de São Paulo
revelam que chefes da facção criminosa PCC deram ordens expressas para a
matança de policiais e que desde 2011 se estruturam para esses ataques.
Major da PM vê risco de novos 'esquadrões da morte'
Há 'folclore' sobre facção, diz coronel da Polícia Militar
Facção é bem menor do que dizem, afirma secretário
Policial que comete crime é pior que bandido, diz delegado
Há 'folclore' sobre facção, diz coronel da Polícia Militar
Facção é bem menor do que dizem, afirma secretário
Policial que comete crime é pior que bandido, diz delegado
Um desses documentos, que funciona como espécie de ordem permanente para
todos os integrantes, diz que policiais deverão ser assassinados toda
vez que um criminoso for morto pela polícia.
"Se alguma vida for tirada pelos nossos inimigos, os integrantes do
comando que estiverem cadastrados na quebrada do ocorrido deverão se
unir e dar o mesmo tratamento. Vida se paga com vida, e sangue se paga
com sangue."
Essa ordem, que integra um processo na Justiça, foi apreendida em
dezembro de 2011 na casa do suspeito de ser um dos principais chefes do
bando na Baixada Santistas. Cópias foram apreendidas em outras regiões
de SP.
Só neste ano ao menos 75 policiais militares foram mortos --de janeiro a
setembro do ano passado, foram 38. A suspeita é a de que parte desses
crimes foi cometida por ordem da facção.
Conforme a Folha revelou nesta semana, com base em cerca de 400
documentos apreendidos pela polícia e Promotoria, a facção tem 1.343
integrantes cadastrados em 123 cidades de SP.
O governo paulista diz que as informações são uma "lenda" e que o número
de criminosos da facção não passa de 40, quase todos traficantes e
presos há tempos.
GUERRA
Nesses mesmos papéis há comunicados produzidos entre setembro e outubro
de 2011 em que os criminosos discutem o que fazer com policiais civis de
São Paulo.
Um membro da cúpula do PCC diz: "Não é hora de entrar em guerra com a
[polícia] Civil, pois já estamos numa guerra com a militar, onde nós
estamos perdendo vários malandros na covardia."
E segue: "Vamos nos fortalecer, organizar nossa família, no setor
financeiro, progresso [droga], depois a sintonia das quebradas. Quando
estivermos prontos para reação, aí iremos para ação, com inteligência,
sem chance de defesa pra eles."
Nesses documentos aos quais a Folha teve acesso, os criminosos relatam uma série de baixas sofridas pela facção, várias atribuídas à Rota, a tropa de elite da PM.
"Estamos passando a pior fase. Tá a maior covardia dos vermes da 'R'
[Rota]. Tão tirando a vida de vários malandros da hora. Tão chegando
muito rápido e não estamos conseguindo descolar de onde estão vindo",
diz trecho de relatório assinado com Érick.
A Promotoria acredita tratar-se de Érick Machado Santos, o Rick,
considerado um dos principais chefes da facção criminosa em liberdade.
Colaborou ANDRÉ CARAMANTE
fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1164164-faccao-deu-ordem-a-criminosos-para-assassinar-policiais-em-sp.shtml
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