Números estão no Atlas da Violência, divulgado pelo IPEA e
Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Microrregião de Adamantina é a 1ª mais pacífica do Estado e
a 6ª do Brasil
(Foto: Jorge Munhos/Tropical Imagens)
A microrregião de Adamantina é a 1ª mais pacífica do Estado
de São Paulo e a 6ª mais pacífica do país, segundo o Atlas da Violência 2016,
divulgado hoje (22) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estudo analisou a evolução dos homicídios por
macrorregiões, unidades da federação e microrregiões, provocadas por armas de
fogo, violência policial, assim como homicídios de afrodescendentes, de
mulheres e jovens. Os números estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade
(SIM), do Ministério da Saúde, e se referem a 2014.
Das 20 microrregiões mais violentas, 16 estão no Nordeste,
que também possui sete entre as 20 mais pacíficas. No conjunto das 20 regiões
mais pacíficas, a microrregião de Adamantina ocupa a 6ª posição no ranking
nacional. No cômputo da microrregião de Adamantina, está inserida uma população
de 166.171 pessoas, segundo o estudo do IPEA e da FBSP, que contabilizou uma
taxa de 4,4 homicídios por 100 mil habitantes.
À frente de Adamantina, estão as as microrregiões de
Cotegipe (BA), Barreiras (BA), Médio Parnaíba Piauiense (PI), Boquira (BA) e
Jaguarão (RS). Em seguida aparece a microrregião de Adamantina, e logo após, as
microrregiões de Bertolínia (PI), Ituporanga (SC), Valença do Piauí (PI),
Blumenau (SC), Jales (SP), Cataguases (MG), Lençois Maranhenses (MA), Barbacena
(MG), Fernandópolis (SP), Tabuleiro (SP), Franca (SP), Poços de Caldas (MG),
Itajubá (MG) e Dracena (SP).
Os números colocam Adamantina no topo, entre as
microrregiões paulistas. A cidade lidera no Estado de São Paulo, seguida pelas
microrregiões de Jales, Fernandópolis, Tabuleiro, Franca e Dracena.
fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
Região de Presidente Prudente
Segundo o Atlas da Violência, a microrregião de Presidente
Prudente, com 601.915 moradores, registrou em 2014 uma taxa de 15,5 homicídios
por 100 mil habitantes. O índice está acima da taxa registrada no Estado de São
Paulo, que foi de 13,4 homicídios por 100 mil habitantes, mas fica abaixo do
patamar nacional.
Números nacionais
Em números gerais, considerando o cenário nacional, o Atlas
da Violência revela que a taxa de homicídios no Brasil tem diminuído nas
grandes cidades e aumentado no interior, sobretudo no Nordeste.
Além de mapear as regiões mais pacíficas, o estudo mensurou
também as regiões mais violentas do Brasil. Entre as 20 microrregiões mais
violentas, 16 estão no Nordeste, que também possui sete entre as 20 mais
pacíficas. Dentre as 20 microrregiões que apresentaram maior crescimento nas
taxas de homicídios, 14 estão no Nordeste.
Entre 2004 e 2014, a redução mais significativa da taxa foi
observada em São Paulo (-65%), que tem quase 15 milhões de habitantes. Já o
crescimento mais acelerado de homicídios foi observado em localidades
interioranas, até pouco tempo atrás, bastante pacíficas. É o caso de Senhor do
Bonfim (81 mil habitantes), na Bahia, que teve piora de 1.136,9% nos dados de
violência, entre 2004 e 2014. Ainda assim, Senhor do Bonfim aparece com taxa de
cerca de 18 homicídio por 100 mil habitantes, bem menor que a aglomeração urbana
de São Luís (MA), com taxa de 84,9, primeira da lista das microrregiões mais
violentas.
Estados
Os seis estados com crescimento superior a 100% nas taxas de
homicídios pertencem ao Nordeste. Pernambuco destoou dos demais estados da
região, ao registrar queda de 27,3% no número de homicídios. O Rio Grande do
Norte teve aumento de 360,8% na taxa de homicídios em dez anos. Logo atrás vem
Maranhão (209,4%) e Ceará (166,5%).
Cerca de 10% de todos os homicídios no mundo, em 2014,
ocorreram no Brasil. Em números absolutos, foram 59,6 mil assassinatos, o que
coloca o Brasil como campeão de mortes por homicídio. Por outro lado, entre
2010 e 2014, aumentou o número de estados com queda nas taxas de homicídios,
passando de oito para 12 unidades federativas, com destaque para quedas no
Paraná (-20,9%) e no Espírito Santo (-14,8%), estado que saiu pela primeira
vez, desde 1980, da lista dos cinco estados mais violentos do país a partir de
2013. A taxa de homicídios caiu 1,3% e o posicionou junto a outros estados que
diminuíram essas taxas, como São Paulo (-52,4%), Rio de Janeiro (-33,3%),
Pernambuco (-27,3%), Rondônia (-14,1%), Mato Grosso do Sul (-7,7%) e Paraná
(-4,3%).
O resultado pode indicar, segundo a análise, “uma mudança no
sinal da evolução dos homicídios no Brasil”, segundo a nota. Nos estados em que
se verificou queda dos homicídios, o estudo identificou que políticas públicas
qualitativamente consistentes foram adotadas, como no caso de São Paulo,
Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Ações como a integração da Polícia Militar no Paraná e
investimento nas polícias e prevenção social, no Espírito Santo, são algumas
inovações e ações citadas como possíveis contribuições para a queda.
Morte de negros
Entre 2004 e 2014, o estudo mostra que houve alta na taxa de
homicídio de afrodescendentes (+18,2%) e diminuição no número de homicídios de
outros indivíduos que não de cor preta ou parda (-14,6%). Em 2014, para cada
não negro assassinado, morreram 2,4 indivíduos negros.
O estudo sugere que uma possível explicação para esse
resultado é o fato de a taxa de homicídio ter diminuído mais nas unidades
federativas onde há proporcionalmente menos negros, como no Sudeste e Paraná, e
ter crescido nos estados com maior população afrodescendente, como em vários estados
do Nordeste. Proporcionalmente, a violência contra a população negra é maior em
quase todas as unidades da federação, à exceção de Roraima e Paraná.
No Rio Grande do Norte, a taxa de vitimização de negros
aumentou 388,8% entre 2004 e 2014. Por outro lado, houve redução de 61,6% na
vitimização de negros em São Paulo, no mesmo período.
Violência de gênero
Treze mulheres foram assassinadas, por dia, em 2014. A taxa
de homicídios entre mulheres apresentou crescimento de 11,6% entre 2004 e 2014.
A distribuição dessas mortes aparece de maneira bastante desigual no país.
Enquanto o estado de São Paulo reduziu em 36,1% esse crime – embora em ritmo
menor que o registrado entre os assassinatos de homens, que teve redução de 53%
– outras localidades apresentaram crescimento de 333%, como o Rio Grande do
Norte.
No período de 2004 a 2014, 18 estados apresentaram taxa de
mortalidade por homicídio de mulheres acima da média nacional (4,6), com
destaque para Roraima (9,5), Goiás (8,8), Alagoas (7,3), Mato Grosso (7,0) e
Espírito Santo (7,1).
O estudo reforça a importância de políticas públicas
voltadas para o combate da violência contra a mulher, com ações específicas que
considerem os vínculos estabelecidos entre a vítima e seu agressor, as relações
de dependência financeira ou emocional, bem como as redes de atendimento e os
serviços disponíveis para proteger e garantir a segurança dessas mulheres.
Fonte: http://www.sigamais.com/noticias/cidades/
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