quarta-feira, 23 de março de 2016

Microrregião de Adamantina é a 1ª mais pacífica do Estado e a 6ª do Brasil

Números estão no Atlas da Violência, divulgado pelo IPEA e Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Microrregião de Adamantina é a 1ª mais pacífica do Estado e a 6ª do Brasil 
(Foto: Jorge Munhos/Tropical Imagens)

A microrregião de Adamantina é a 1ª mais pacífica do Estado de São Paulo e a 6ª mais pacífica do país, segundo o Atlas da Violência 2016, divulgado hoje (22) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estudo analisou a evolução dos homicídios por macrorregiões, unidades da federação e microrregiões, provocadas por armas de fogo, violência policial, assim como homicídios de afrodescendentes, de mulheres e jovens. Os números estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e se referem a 2014.
Das 20 microrregiões mais violentas, 16 estão no Nordeste, que também possui sete entre as 20 mais pacíficas. No conjunto das 20 regiões mais pacíficas, a microrregião de Adamantina ocupa a 6ª posição no ranking nacional. No cômputo da microrregião de Adamantina, está inserida uma população de 166.171 pessoas, segundo o estudo do IPEA e da FBSP, que contabilizou uma taxa de 4,4 homicídios por 100 mil habitantes.
À frente de Adamantina, estão as as microrregiões de Cotegipe (BA), Barreiras (BA), Médio Parnaíba Piauiense (PI), Boquira (BA) e Jaguarão (RS). Em seguida aparece a microrregião de Adamantina, e logo após, as microrregiões de Bertolínia (PI), Ituporanga (SC), Valença do Piauí (PI), Blumenau (SC), Jales (SP), Cataguases (MG), Lençois Maranhenses (MA), Barbacena (MG), Fernandópolis (SP), Tabuleiro (SP), Franca (SP), Poços de Caldas (MG), Itajubá (MG) e Dracena (SP).
Os números colocam Adamantina no topo, entre as microrregiões paulistas. A cidade lidera no Estado de São Paulo, seguida pelas microrregiões de Jales, Fernandópolis, Tabuleiro, Franca e Dracena.
fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

Região de Presidente Prudente

Segundo o Atlas da Violência, a microrregião de Presidente Prudente, com 601.915 moradores, registrou em 2014 uma taxa de 15,5 homicídios por 100 mil habitantes. O índice está acima da taxa registrada no Estado de São Paulo, que foi de 13,4 homicídios por 100 mil habitantes, mas fica abaixo do patamar nacional.

Números nacionais

Em números gerais, considerando o cenário nacional, o Atlas da Violência revela que a taxa de homicídios no Brasil tem diminuído nas grandes cidades e aumentado no interior, sobretudo no Nordeste.
Além de mapear as regiões mais pacíficas, o estudo mensurou também as regiões mais violentas do Brasil. Entre as 20 microrregiões mais violentas, 16 estão no Nordeste, que também possui sete entre as 20 mais pacíficas. Dentre as 20 microrregiões que apresentaram maior crescimento nas taxas de homicídios, 14 estão no Nordeste.
Entre 2004 e 2014, a redução mais significativa da taxa foi observada em São Paulo (-65%), que tem quase 15 milhões de habitantes. Já o crescimento mais acelerado de homicídios foi observado em localidades interioranas, até pouco tempo atrás, bastante pacíficas. É o caso de Senhor do Bonfim (81 mil habitantes), na Bahia, que teve piora de 1.136,9% nos dados de violência, entre 2004 e 2014. Ainda assim, Senhor do Bonfim aparece com taxa de cerca de 18 homicídio por 100 mil habitantes, bem menor que a aglomeração urbana de São Luís (MA), com taxa de 84,9, primeira da lista das microrregiões mais violentas.

Estados

Os seis estados com crescimento superior a 100% nas taxas de homicídios pertencem ao Nordeste. Pernambuco destoou dos demais estados da região, ao registrar queda de 27,3% no número de homicídios. O Rio Grande do Norte teve aumento de 360,8% na taxa de homicídios em dez anos. Logo atrás vem Maranhão (209,4%) e Ceará (166,5%).
Cerca de 10% de todos os homicídios no mundo, em 2014, ocorreram no Brasil. Em números absolutos, foram 59,6 mil assassinatos, o que coloca o Brasil como campeão de mortes por homicídio. Por outro lado, entre 2010 e 2014, aumentou o número de estados com queda nas taxas de homicídios, passando de oito para 12 unidades federativas, com destaque para quedas no Paraná (-20,9%) e no Espírito Santo (-14,8%), estado que saiu pela primeira vez, desde 1980, da lista dos cinco estados mais violentos do país a partir de 2013. A taxa de homicídios caiu 1,3% e o posicionou junto a outros estados que diminuíram essas taxas, como São Paulo (-52,4%), Rio de Janeiro (-33,3%), Pernambuco (-27,3%), Rondônia (-14,1%), Mato Grosso do Sul (-7,7%) e Paraná (-4,3%).
O resultado pode indicar, segundo a análise, “uma mudança no sinal da evolução dos homicídios no Brasil”, segundo a nota. Nos estados em que se verificou queda dos homicídios, o estudo identificou que políticas públicas qualitativamente consistentes foram adotadas, como no caso de São Paulo, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Ações como a integração da Polícia Militar no Paraná e investimento nas polícias e prevenção social, no Espírito Santo, são algumas inovações e ações citadas como possíveis contribuições para a queda.

Morte de negros

Entre 2004 e 2014, o estudo mostra que houve alta na taxa de homicídio de afrodescendentes (+18,2%) e diminuição no número de homicídios de outros indivíduos que não de cor preta ou parda (-14,6%). Em 2014, para cada não negro assassinado, morreram 2,4 indivíduos negros.
O estudo sugere que uma possível explicação para esse resultado é o fato de a taxa de homicídio ter diminuído mais nas unidades federativas onde há proporcionalmente menos negros, como no Sudeste e Paraná, e ter crescido nos estados com maior população afrodescendente, como em vários estados do Nordeste. Proporcionalmente, a violência contra a população negra é maior em quase todas as unidades da federação, à exceção de Roraima e Paraná.
No Rio Grande do Norte, a taxa de vitimização de negros aumentou 388,8% entre 2004 e 2014. Por outro lado, houve redução de 61,6% na vitimização de negros em São Paulo, no mesmo período.

Violência de gênero

Treze mulheres foram assassinadas, por dia, em 2014. A taxa de homicídios entre mulheres apresentou crescimento de 11,6% entre 2004 e 2014. A distribuição dessas mortes aparece de maneira bastante desigual no país. Enquanto o estado de São Paulo reduziu em 36,1% esse crime – embora em ritmo menor que o registrado entre os assassinatos de homens, que teve redução de 53% – outras localidades apresentaram crescimento de 333%, como o Rio Grande do Norte.
No período de 2004 a 2014, 18 estados apresentaram taxa de mortalidade por homicídio de mulheres acima da média nacional (4,6), com destaque para Roraima (9,5), Goiás (8,8), Alagoas (7,3), Mato Grosso (7,0) e Espírito Santo (7,1).
O estudo reforça a importância de políticas públicas voltadas para o combate da violência contra a mulher, com ações específicas que considerem os vínculos estabelecidos entre a vítima e seu agressor, as relações de dependência financeira ou emocional, bem como as redes de atendimento e os serviços disponíveis para proteger e garantir a segurança dessas mulheres.
Fonte: http://www.sigamais.com/noticias/cidades/

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