Por Reinaldo Azevedo
É
o fim da picada! Sob o apoio entusiasmado de setores da imprensa
paulistana que odeiam a polícia por princípio e por agenda — isto é,
defendem certas coisas que a polícia combate, seguindo a lei —, o
procurador federal Matheus Baraldi Magnani anunciou que vai entrar com
uma ação pública pedindo nada menos do que o afastamento do comando da
Polícia Militar de São Paulo. Acusação? Perda de controle da situação! É
uma agressão ao bom senso, à verdade e à razoabilidade. É um
despropósito! Magnani, diga-se, age segundo os seus costumes: chama a
imprensa primeiro e pensa depois. É sede de estrelato. Seus óculos são
de astro pop (ver abaixo) e, parece, a inclinação também. E é amigo dos
jornalistas.
No dia 18
de abril deste ano, Magnani foi, por assim dizer, demitido pelo Conselho
Nacional do Ministério Público. Em casos como o dele, a demissão acaba
comutada em pena de suspensão de três meses, da qual ele acabou de sair.
O placar contra ele foi eloquente: 10 a 2. O que ele fez? Concedeu uma
entrevista sobre uma investigação que estava em curso e passou a
jornalistas informações sigilosas. Só isso. Vocês sabem como é… Um
guitarrista, num palco, não resiste a um solo para mesmerizar a
multidão.
Agora, de
certo modo, faz o mesmo. Pega carona em duas ocorrências lamentáveis,
verdadeiramente infelizes, protagonizadas por homens da Polícia Militar —
e não pela instituição — e resolve pedir o afastamento do comando, como
se a ordem para matar suspeitos, naquelas condições, fosse uma
orientação desse comando. E conta com a chacrinha do jornalismo
engajado! Os fatos demonstram o contrário do que ele sustenta: os
policiais são treinados na academia justamente a não atirar em casos
como aqueles.
O anúncio
oficial da ação será feito amanhã (mas ele não resistiu e já anunciou),
numa audiência pública organizada em conjunto com a Defensoria Pública, o
Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e o Movimento
Nacional de Direitos Humanos. Dois casos de violência policial, como se
percebe, estão sendo tratados como se a segurança pública no estado
vivesse o caos. E, no entanto, isso é uma clamorosa mentira. O que se
tem é justamente o contrário. Os números demonstram que São Paulo é um
dos estados mais bem-sucedidos no combate à violência. Mas a engrenagem
da desqualificação da Polícia foi posta para funcionar.
Que se
escreva sempre e com todas as letras: os dois casos que motivam os
protestos são, sim, lamentáveis, e seus autores têm de ser punidos, mas a
histeria contra a polícia é fruto da má consciência, especialmente
porque a própria corporação não aposta na impunidade. Ao contrário:
reconheceu o erro na operação e prendeu os policiais.
Histeria e esquizofrenia
O mais curioso é que convive com o ataque à suposta violência policial generalizada — um delírio, uma mentira estúpida — a acusação de ineficiência da polícia por conta de arrastões a prédios e restaurantes. Os dois casos se prestam à antítese fácil, vagabunda, coisa de prosélitos vulgares: a polícia seria ineficiente para coibir a ação de bandidos, mas violenta com não-bandidos, como se, na origem daqueles dois casos, não tivesse havido resistência à abordagem policial. “Está justificando o que aconteceu, Reinaldo?” Uma ova! Só um canalha faria essa ilação. Só estou deixando claro que há uma diferença entre policiais que perdem o controle e uma polícia que perdeu o controle. Ha 100 mil homens na PM!
O mais curioso é que convive com o ataque à suposta violência policial generalizada — um delírio, uma mentira estúpida — a acusação de ineficiência da polícia por conta de arrastões a prédios e restaurantes. Os dois casos se prestam à antítese fácil, vagabunda, coisa de prosélitos vulgares: a polícia seria ineficiente para coibir a ação de bandidos, mas violenta com não-bandidos, como se, na origem daqueles dois casos, não tivesse havido resistência à abordagem policial. “Está justificando o que aconteceu, Reinaldo?” Uma ova! Só um canalha faria essa ilação. Só estou deixando claro que há uma diferença entre policiais que perdem o controle e uma polícia que perdeu o controle. Ha 100 mil homens na PM!
Não é a
primeira vaga de desqualificação da Polícia de São Paulo. Não será a
última. A tabela abaixo traz o índice de homicídios por 100 mil
habitantes do Brasil e de cada unidade da federação entre 2000 e 2010.
Deem uma olhada. Volto em seguida.
O levantamento é do respeitado Mapa da Violência.
A redução no Brasil foi de miseráveis 2%. A de São Paulo, de 67%. Não
fosse o estado, os números nacionais teriam explodido. O Brasil tem uma
Secretaria Nacional de Segurança Pública. Os petistas falam pelos
cotovelos em direitos humanos. A menor ocorrência no estado governado
pelo partido adversário desperta a sanha humanista de uma patriota como a
ministra Maria do Rosário. Em 8 desses 10 anos, o país ficou sob o
governo petista. Pode-se ver o resultado! Procurem na tabela os números
dos estados governados pelo PT… Vejam ali o caso da Bahia!
Não! Eu
não vou condescender minimamente com essa onda bucéfala contra a
polícia. Não adianta nem tentar vir fazer proselitismo no meu blog. A PM
fez a coisa certa: prendeu os policiais. No mais, segue fazendo o seu
trabalho — sob o porrete da imprensa, do Ministério Público, da
Defensoria Pública, entre outros — porque há uma cultura de hostilidade à
polícia no Brasil, ainda herdeira da “luta contra a ditadura”, o que é
uma sandice. Até porque alguns dos bibelôs do politicamente correto que
estão nessa lutaram, no máximo, para impedir que o irmãozinho lhes
tomasse das mãos o Atari ou a tigelinha de sucrilhos.
Vejo que
uma das figuras de proa na Defensoria pública, mais uma vez, é Daniela
Skromov de Albuquerque, a mesma que se mobilizou, com furor
verdadeiramente militante, contra a ação da PM na Cracolândia. Os
defensores chegaram a armar uma tenda
no Centro de São Paulo, em defesa da permanência dos viciados na área.
Na desocupação do Pinheirinho, assistiu-se à mesma catilinária contra a
polícia, embora ela estivesse cumprindo uma ordem judicial.
O crime
organizado certamente está feliz. Todos esses “amigos do povo” —
imprensa, Defensoria, Ministério Público etc — fazem contra a Polícia o
que a bandidagem não consegue fazer: desqualificá-la. A Polícia de São
Paulo, numa mirada histórica, tem vencido a luta contra o crime, mas
corre o risco de ser derrotada por essa conspiração de pessoas bacanas…
fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/policia-de-sp-uma-das-mais-eficientes-do-pais-enfrenta-o-seu-pior-inimigo-a-ideologia-vagabunda-ou-imprensa-mp-e-defensoria-contra-a-pm-quem-sai-ganhando/?fb_action_ids=348636691882575&fb_action_types=og.likes&fb_source=timeline_og&action_object_map={%22348636691882575%22%3A10151963641450112}&action_type_map={%22348636691882575%22%3A%22og.likes%22}&action_ref_map=[]