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Por
Reynaldo Turollo Jr.
Em
uma articulação inédita com outras categorias, a Polícia Militar está fazendo
avançar na Câmara uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que dá à PM a
atribuição de registrar e investigar crimes, hoje exclusividade das polícias
civis e da Polícia Federal.
Pela
proposta da PEC 431, apresentada no ano passado pelo deputado Subtenente
Gonzaga (PDT-MG), todas as polícias realizarão o chamado "ciclo
completo".
Isso
significa que, enquanto a PM poderá acumular a função de investigar crimes, a
Polícia Civil, por sua vez, pode passar a fazer patrulhas e prevenção. Todas
poderão assumir uma ocorrência desde o início e levá-la até o Ministério
Público.
Essa
não é a primeira proposta do gênero na Casa. Há outras quatro paradas –a mais
antiga, desde 2009– porque incluíam pontos polêmicos, como a desmilitarização
das polícias e a criação de uma polícia única.
Desenvolvida
como alternativa "consensual" entre todas as propostas anteriores, a
PEC 431 tem apoio de promotores, procuradores, peritos e alguns policiais civis
e federais.
Eles
se reúnem, em Brasília, em um gabinete integrado formado para discutir como
implementar o ciclo completo e reformar a segurança.
Por
outro lado, a ideia enfrenta resistência de delegados, hoje os responsáveis por
conduzir todas as investigações e assinar todos os registros de ocorrência.
"O
objetivo é tornar tudo mais eficiente, encurtar caminhos. Isso vai favorecer a
polícia investigativa, a Polícia Civil, porque vai eliminar trabalho
burocrático e ela vai poder se dedicar às investigações", diz José
Robalinho, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da
República).
A
questão é qual modelo será implantado. O do tipo territorial, por exemplo,
prevê que a PM investigue em cidades pequenas, sem delegados. Outro modelo é
por categoria de delito: a PM ficaria com os mais leves, deixando investigações
maiores para a Polícia Civil. Um terceiro modelo prevê que, quando houver
flagrante, a PM apresente o detido diretamente a um juiz. "Se o flagrante
está pronto, por que precisa ser formalizado [pelo delegado]?", afirma o
procurador Robalinho.
Fonte: Folha de São Paulo