Total de servidores da Polícia Civil caiu de 28.862 em
fevereiro para 28.148 em junho
foto: divulgação
O estado de São Paulo perdeu uma
média de 178 policiais civis por mês, entre fevereiro e junho de 2020. De
acordo com o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo
(Sindpesp), hoje estão vagos 13.764 cargos na Polícia Civil, 714 a mais do que
o registrado em fevereiro deste ano, quando faltavam 13.050 policiais. Em
comparação com 2019, a perda de policiais entre fevereiro e junho cresceu 41%.
De acordo com a presidente do
Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, o número é alarmante e resultado,
principalmente, de exonerações e aposentadorias que não tiveram reposição por
parte do governo.
“É um número alarmante, porque a
legislação estabelece que o estado de São Paulo deve ter 41.912 policiais
civis, mas na prática tem somente 28.148”, explica Raquel, lembrando que os
13.764 cargos vagos representam um terço dos recursos humanos da polícia. “Esse
verdadeiro rombo compromete a segurança da sociedade”.
O Sindpesp iniciou o levantamento
do Defasômetro da Polícia Civil em outubro de 2017 (confira todas as tabelas em
http://sindpesp.org.br/defasometro.asp), mas o rombo vem de longa data, pois foi
gerado pelos governos que ocuparam o executivo estadual nos últimos vinte anos.
Atualmente, faltam 783 delegados,
3.065 escrivães, 3,712 investigadores, 960 agentes policiais, 794 agentes de
telecomunicação, 206 papiloscopistas, 422 auxiliares de papiloscopista, 284
médicos legistas, 154 peritos criminais, 94 fotógrafos, 39 desenhistas, 54
auxiliares de necroscopia e 162 atendentes de necrotério.
Os carcereiros somam 3035 cargos
extintos. O Sindpesp considera inaceitável a extinção do cargo sem que o fato
não seja contabilizado como perda. No lugar do que sai, deveria ingressar um
funcionário de outra carreira, pois todo policial civil operacional colabora
nas tarefas de uma delegacia, seja no atendimento ao cidadão, na investigação,
na condução de viatura ou outros serviços. O carcereiro, hoje, ainda mais com o
imenso déficit imposto à Polícia Civil, tem valiosa contribuição em todas essas
atividades.
Reforma da Previdência agrava
quadro
Com a nova previdência proposta
pelo Governo do Estado, que retira direitos e dificulta ainda mais a
aposentadoria dos servidores, o quadro dos recursos humanos na Polícia Civil
está se deteriorando rapidamente.
Isso porque os policiais que já
possuem tempo para aposentadoria estão protocolando seus pedidos, e o Governo
não consegue repor os profissionais com agilidade. “O Governo precisa ser
rápido para nomear os aprovados em concurso, para que a Polícia Civil possa
realizar seu trabalho de forma eficiente”, analisa Raquel Gallinati.
“Quando a polícia tem um terço do
seu efetivo sem gente, sem funcionários, a população é a maior prejudicada. Os
policiais, pela vocação e amor ao que fazem, não param, se desdobram para
cumprir suas tarefas, mas é humanamente impossível realizar tudo o que seria
necessário”, completa.
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